sábado, 18 de dezembro de 2010

Pequenos, cada vez menores

Cada dia que passa me surpreendo mais com a pequenez das coisas. Vivemos num mundo de pessoas pequenas, de atitudes e pensamentos pequenos, não no sentido de tamanho propriamente dito, mas falo de mesquinharia, de pouco caso com o outro. Não que eu seja uma entusiasta da espécie humana e da sua suposta humanidade. Tem cachorro vira-lata mais solidário que muita gente que conheço. O que me desestrutura é uma cultura do tirar vantagem, do rir da desgraça alheia, de apostar à custa do sofrimento e desequilíbrio de outrem.
Dia desses, incomodada com uma dessas demonstrações gratuitas de mesquinhez humana, resolvi procurar no dicionário a definição de respeito. Eis o que encontrei: "sentimento que leva a tratar alguém ou algo com grande atenção; consideração, reverência" (Houaiss, 2004). Gostei do que li, no entanto, para os autores da babaquice que presenciei, é inútil recomendar a leitura. Respeito não é um conceito a ser aprendido, mas uma escolha. Uma escolha entre ser um canalha sacana ou uma pessoa com o mínimo de empatia por qualquer um que mereça. Pode parecer uma escolha difícil pois desfazer do outro sem motivo ou reflexão prévia às vezes é considerado divertido. Até que façam o mesmo com você.
Meu primeiro impulso diante disso é me afastar completamente das pessoas, viver entre animais e plantas numa floresta distante. Mas a vida não é isso. Acredito ainda que há pessoas por quem vale a pena lutar, se alegrar e com quem compartilhar o que há de bom e difícil em estar nesse mundo. Por via das dúvidas, ando armada de boas palavras para os que delas precisam mas principalmente do silêncio da indiferença para aqueles que merecem nada mais do que isso.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Sem essa de "da cor do verão"

O sol de rachar anuncia o pior momento do ano: o verão. É a estação que mais detesto por excelência. Pra mim, aquelas musiquinhas bestas em Ode ao verão ou as propagandas de cerveja dando boas vindas aos meses de calor não fazem o menor sentido pra mim! Quem gosta de calor é quem tem casa em Angra, ar-condicionado no quarto ou quiosque na praia. Os pobres mortais que dependem de ventilador e ônibus sabem do que estou falando. Principalmente aqueles que moram, estudam e/ou trabalham na cidade onde eu moro. Não há coisa pior que um Circular cheio ao meio-dia em pleno verão. Parece que você está entrando em uma sauna lotada de jogadores de futebol que acabaram de sair do treino sem direito a chuveirada. Como se não bastasse o “aroma” de suor, você precisa senti-lo na sua pele. Detalhe: não só o seu mas o de todos que estiverem no seu caminho, senão você jamais chegará a descer no seu ponto.
Se você for um daqueles iluminados que foram tocados pela mão de Deus e conseguiu um lugar alto, do lado da janela, prepare-se para receber os olhares mais fuzilantes da sua vida. Às vezes, acontece comigo. Mas como minha sorte é de pretinha, logo em seguida, atraída por algum ímã instalado em mim não-sei-aonde, alguma criatura corpulenta (estou evitando a palavra gorda para não ter meu blog censurado rsrs) sempre senta ao meu lado, me espremendo contra o vidro, abanando-se compulsivamente e secando-se com uma terrível toalhinha! E assim vai mais um belo dia no auto-forno...
Podem até me chamar de ranzinza, mas se em algum momento desse post, você balançou a cabeça afirmativamente, há de me dar razão! O calor pode despertar nas pessoas não só ganas malucas por um bronzeado perfeito e corpinho sarado, mas instintos de morte! Não é à toa que no dia que o Michael Douglas, em “ Um Dia de Fúria”, surtou e rodou a baiana, tava um baita sol! Imagina se ele morasse em Santos?!...