Não tem jeito. Todo final de ano faço milhares de resoluções, promessas e desejos. Ser mais tolerante, comer menos, cumprir meus prazos, guardar mais dinheiro, e a lista continua. Os dias do novo ano se passam e aquele monte de tarefas se esvai pouco a pouco no cotidiano. Então pra que fazer tantas promessas? Essa é uma daquelas perguntas que trazem dentro dela mesma a resposta: porque temos esperança.
Esperança que aquele momento que ficamos acordados entre o fim de um dia e o começo de outro represente mais que uma passagem de horas: seja um ritual de renovação. De renovar os sonhos, as energias, de encontrar força o suficiente pra transformar aquele plano de vida meio empoeirado pelo tempo em realização.
E quem disse também que tudo o que pedimos no ano novo está destinado ao esquecimento? Percebo que com o passar dos anos peço cada vez menos pra mim e cada vez mais coisas que realmente não posso controlar. Peço principalmente tempo. Tempo com meus amigos, com a minha família, com meu namorado, e tempo de qualidade, de união, de conversa e risada. E pra isso, aqueles clichês de saúde, paz e amor fazem cada vez mais sentido. Sem eles, não há a presença das pessoas que citei, e isso é tudo.
Se essas palavras parecem bregas e romanceadas, não é efeito dos especiais horríveis de fim de ano (Roberto Carlos especial que me perdoe) e sim desse tempo, que passa implacavelmente e ensina que nada é tão duradouro que não se vá como se nem tivesse começado. Por isso, peço não um futuro promissor, mas um presente que eu possa sentir que vale a pena a ser vivido. Se der, menos especiais de fim de ano também.

This work by Amanda Cristina da Silva Ferreira is licensed under a Creative Commons Atribuição-Uso não-comercial-Vedada a criação de obras derivadas 3.0 Unported License.

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